A cidade comemora neste ano, 161 anos sendo outros 335 de instituição Político-Administrativa, desde a criação da vila em 1676, quando se tornou um dos mais antigos centros políticos coloniais do país,
Nascida com vocação fluvial, a cidade tinha sua economia voltada para a pesca em seus primórdios, mas esta foi substituída pela navegação e transporte voltada para toda economia fluminense durante os séculos XVIII e XIX. Dessa forma, se amalgamou a cultura da cidade, em virtude do importante porto fluvial aliando a característica interiorana aos movimentos migratórios que se sucederam durante o período portuário, com sua força arrastando os mais diversos caracteres culturais trazidos por essas diversas correntes migratórias.
A planície fluminense, antes dos europeus, foi solo de etnias autóctones as mais diversas, como os saruçus, os puris e os goytacazes que disputaram o fértil solo desde a mais longínqua antiguidade. Com a chegada dos europeus, estes passaram a disputar o espaço com os silvícolas, que batidos em armas, cederam o espaço aos novos donos. Assim, os europeus passaram a disputar a rica planície e a partir do século XVI, portugueses, holandeses, ingleses e franceses se revezaram no domínio do território, impondo seus diferentes caracteres culturais. Dessa forma foi se formando o litoral com náufragos holandeses, degredados portugueses e espanhóis, piratas franceses e ingleses.
Mais tarde, com o advento do porto no século XVIII chegam as levas de portugueses entrecortadas de alguns outros imigrantes de outras nacionalidades européias.
Com isso, podemos perceber que a cultura local começa a mesclar diferentes formas de viver, de savoir-faire; são elementos que chegam na forma de folclore, tradições, folguedos, lendas, cantigas, culinária, enfim um caldeirão de diversidade cultural.
Assim, a gente do local foi aprendendo a conviver com a diversidade fazendo desta a sua característica principal, ou seja, a sua capacidade camaleônica de modificar-se para sobreviver ao novo que se impõe, elemento fundamental para a sobrevivência.
Olhando para essa história, queremos resgatar em nossos genes essa capacidade de nos modificar para manter as características que não desejamos mudar e que são imprescindíveis para a permanência de nosso status quo.
A Secretaria de Educação pretende resgatar em nossa gente a capacidade cosmopolita de nos adaptarmos ao novo para, em fazendo parte dele, continuarmos a ser o que somos e ainda cada vez melhores.
Desejamos capacitar nossa gente para o convívio com as mais diversas formas de viver cultural nesta nova fase portuária.Fernando lobato
Historiador