Ser escolhido, por sorteio, para ser coroado e sagrado pela igreja, para no futuro ano empunhar o cetro e ocupar o trono duma das Divinas Pessoas cá na terra, segundo Fernando Jose Martins, traz ao festeiro tal ou qual prestígio e cordiais atenção do povo ainda nos dias de hoje. Falava isso em 1868, data da publicação de seu livro.
Porem é certo que esta festa, remonta há muito mais tempo. Segundo Martins a Festa do Divino Espírito Santo, uma das mais antigas e concorridas de nosso calendário, surgiu em 1775, quando 4 açorianos, cá da Vila , instituíram a festa, de acordo com o vigário e mediante certos estatutos e cerimonial.
Um evento religioso, carregado de ritos profanos; teve como primeiro Imperador, pois assim se chama o festeiros, Manuel Antunes Moreira, filho do Manposteiro Domingos Moreira.
Longeva festa, foi interrompida pelo vigário em 1969, ano em que, tia Malvina Zaguine iria fazer a festa e, Eu e Estella seriamos o par central. Dizia o padre, que era uma festa muito profana!
Revista a visão daquele padre retrógrado, a festa retornou, com todo o seu vigor na década de 1980, sendo a Imperatriz Terezinha Alvarenga e o Imperador Leandro Raposo, mas uma festa bem diferente das anteriores.
Importante evento turístico cultural, merece mais atenção dos interessados nessas áreas.
Festeiros da Festa do Divino Espírito Santo
Manoel Antunes Moreira – Eleito, 1775
O mesmo – Sorteado 1776
Francisco Franco Peniche 1777 e 1778
Amaro da Silva Moreira – o pai 1779
Capitão Pedro Álvares, 1780
Capitão Manuel Antunes Moreira, 1781
Manoel de São Jose,1782
Domingos Francisco Gaya, 1783
Francisco Ignácio, 1784
Manoel Freire de Andrade, 1785
Antonio Nunes, 1786
Capitão Jose Gonçalves da Silva, 1787
Francisco Antonio, 1788
Salvador Martins da Costa, 1789
Capitão Manoel Antunes Moreira, 1790
Francisco Luiz de Andrade, 1791
Salvador Franco da Mota, 1792
João Rodrigues das Neves, 1793
Amaro da Silva Moreira – o filho, por promessa 1794
Pedro Aranha, 1795
Gregório Barreto de Souza, 1796
Padre Manoel Gomes de Azevedo, 1797
Manoel Pereira de Atahyde, 1798
João de Oliveira de Andrade, 1799
João Martins da Mota, 1800
Manoel Freire de Andrade, 1801
Jose Ayres de Atahyde, 1802
Salvador Franco da Mota, 1803
Antonio Pinto Neto, 1804
João Martins da Silva Coutinho, 1805
Francisco Luiz de Andrade, 1806
João Martins da Mota, 1807
Alferes Jose Alves Rangel, 1808
Domingos Jose Machado Coelho, 1809
Alferes Domingos Alves de Barcelos, 1810
Jose Caetano de Oliveira, 1811
Capitão Manoel da Silva Moreira, não festejou em 1812, mas em 1813
Martinho Gomes leal, 1814
Antonio Gomes de Andrade, não festejou 1815, mas 1816.
Antonio Lopes Ramos, 1817
João pereira dos Santos, 1818
Francisco Jose Rodrigues Fernandes, 1819
João da Silva Barreto, 1820
Joaquim Jose de Freitas, 1821
Tenente Joaquim de Souza Freitas, 1822
Capitão Manoel Manhães Barreto, por seu filho 1823
Vigário Manoel Gomes de Azevedo, 1824
Joaquim Ferreira, 1825
Amaro da Silva Moreira, 1826
Jose Rodrigues de Freitas, 1827
Capitão Antonio da Silva Cordeiro, 1828
Vig. Manoel Gomes de Azevedo, 1829
Thomaz Joaquim de Farias, 1830
Capitão Manoel da Silva Moreira, 1831
Jose Rodrigues de Faria, não festejou nem 32, nem 33, pela Matriz Fechada.
Manoel Gomes Moreira, 1834
Joaquim de Souza Pinto, 1835
João Ennes Viana, 1836
Jose Antonio de Souza Filho, 1837
Alferes Jose Alves Rangel, 1838
Estes homens públicos realizavam essas festas, para terem seus nomes lembrados pelos contemporâneos.
Em 1784, o festeiro Francisco Ignácio, de posse do cetro e da coroa, julgando-se autoridade constituída, saiu pela Vila para implantar a ordem; acabando com festejos noturnos, algazarras de marinheiros ou o que parecia suspeito.
Junto com seu pajem de estoque e alguns mordomos, todos armados, saiu para acabar com um fandango na casa duma meretriz muito afamada. Lá, após dar ordem de fechar o recinto, foi indagado, por um dos folgazões, sobre de onde vinha a ordem.
Foi o bastante para o “pau quebrar” quando anunciaram que a ordem vinha do “Imperador do Divino”. As coisas se inverteram e os marinheiros, em maior número, colocaram para correr o séquito do imperador.
Em 1792 saiu festeiro Salvador Franco da Mota, que por não estar na Vila na ocasião, foi representado por Manoel Gomes de Azevedo, que na volta do Mota, não quis devolver a coroa e festejou por sua conta.
No principio a festa era promovida pelo Imperador com seus mordomos, que aos domingos da Ressurreição até Pentecostes, iam da casa daquele até a igreja cantando e dançando a frente de uma folia. Nos dias principais, almoços, jantares , leilões de prendas e danças animavam o lugar.
Os instituidores da festa foram os açorianos Francisco Antonio, Jose dos Ramos, João Rodrigues, que nos festejos tocava tambor, e um de apelido “Baralha”.
NOVOS IMPERADORES E IMPERATRIZES
Nair Almeida, João Batista, Estella Lobato e Nelson Patricio Delphim Pereira em 1964 na festa organizada por João Francisco de Almeida. |
Relação das Imperatrizes e dos Imperadores, no ano em que foram escolhidos para festejarem o Divino Espírito Santo, já no século XX.
1983- Terezinha Alvarenga e Leandro Raposo
1984- Leila Bomgosto e Luciano Almeida
1985- Perla Cintra e Alexandre Rosa
1986- Regina Soares e Manoel Pinto
1987- Gilberta Miranda e Jomar Serra
1988- Jane Graça e Marcos dos Santos
1989- Flavia C. e Leandro Sena Penha
Estella e Agenor Lobato indo para o cortejo em 1964. |
1990- Milena e Wladymir Ferreira
1991- Cristiane Malhardes e Igor Cardoso
1992- Lidiane Sena e Marcio Barbosa
1993- Milleane Sena e Willian Barbosa
1994- Emanuele Gaia e Marcio
1995- Diana Cintra e Diego Gaia
1996- idem
1997- Luzinete Almeida e Rodrigo Cunha
1998- Monica e Glauber dos Santos
1999- Chaiane e João Felipe Amaral
2000- Thais e Lucas Sena
2001- Idem
2002- Samiê e Daniel Cunha
2003- Ana Paula e Guinther Mattos
2004- Enanda e Matheus Roberto
2005- Stephany e Hiago Gaia
2006- Sara e Iam Machado
2007- Larissa e Rafael Silva
2008- Karla e Gabriel Motta
2009- Lara e Zulício Novas
2010- Lorrayne e João Victor
2011- Maria Fernanda e Gabriel
2012- Anna Carolina e Luiz Fellipe Serra
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