quarta-feira, 2 de maio de 2012

AS INSTITUIÇÕES ARTÍSTICAS


Nosso guru, Fernando José Martins, não fala nada de instituições recreativas e artísticas na cidade, sita apenas as Instituições Religiosas, com suas festas, aliás, bastante antigas, e descreve o trabalho artístico de pintura que existia na igreja Matriz e nas capelas do Santíssimo Sacramento e N. Senhora do Rosário com seus forros pintados, obra magistral de Clemente de Magalhães Bastos, que infelizmente não chegaram aos nossos dias.
Contudo o almanaque Laemmerth, que também nos serve de guia, diz em 1861 que existe na cidade uma sociedade musical cujo pessoal ativo, além de numeroso dedica-se com esmero à arte; uma sociedade de dança e uma sociedade dramática particular que funciona num teatrinho provisoriamente organizado em 1854.
Já no Laemmerth de 1880 divulga a existência da Sociedade Musical Lyra de ouro e em 1883 a Sociedade Musical e Carnavalesca, composta da seguinte diretoria:
Presidente – Candido Jose de Andrade Ferreira
Secretário – João Ferreira dos Santos Salva
Tesoureiro – Antonio da Costa Arahujo.
Em 1905 o mesmo almanaque registra que “A Corporação Musical União dos Operários”, tem como seu regente o Sr. Chilperico Sena de Oliveira Pinto.
Há ainda o clube ”Democrata” e o clube “Operários” onde constantemente se realizam magníficas festas, sobressaindo nos préstitos dos dias de carnaval, em que cada um procura os mais esmerados artistas para seus carros alegóricos alcançaram completa vitoria.
Em 1910 a informação é que a Corporação musical “União dos Operários” tem como seu regente o Sr. Antonio Jose Ramos Baeta. E a Lyra Democrata, regente Benicio Alves.
No período mais critico de nossa economia que redundou no fechamento da Companhia de Navegação São João da Barra e Campos, o Laemmerth ainda cita como sociedades, O clube União dos Operários, Clube Democrata, o Grupo Dramático (deve ser o Grupo de Câmara Pavão), a Beneficência dos Artistas, o Auxílio as Famílias e a Lyra Gargahuense.
Vale lembrar a Sociedade Beneficente dos artistas, como diz o Almanaque de 1905, “... Inaugurada em 16 de junho de 1882 funciona em lindo prédio de sua propriedade à Praça de São Benedito. Além dos constantes benefícios que distribuem, edificou em 1902, um sólido edifício à Rua do Sacramento e já iniciou a construção de um soberbo e confortável teatro à Rua 11 de julho. Tem a seguinte diretoria.
Presidente - Tenente Coronel Francisco Pinto da Silva
Vice-Presidente- Candido Jose de Andrade Ferreira
Secretário-.............................................................
2° Secretário – Tenente Manoel Jose da Silva Braga
Tesoureiro - Capitão Manoel Simões da Silva.
Procurador -.........................................................
Orador – Capitão Jose Henriques da Silva.
Além dessas instituições, sabemos da existência de outras agremiações de cunho carnavalesco, mas efêmera duração e bem assim de diversos grupos dramáticos que se sucederam com o passar dos tempos nesta cidade.
Desses podemos citar o Grêmio “Filhos do Progresso” dirigido pelo saudoso Joaquim da Câmara Pavão, de longa duração e que inaugurou o Teatro são João em 1906, com a peça “O Emigrado”. Na década de 40 surgiu o Grêmio “Joaquim da Câmara Pavão” ensaiado pelo Sr. Wilson Cham Cruz, que Muito Contribuiu para nossa arte dramática. Depois, somente, na decada de 1970 que Wilsom de Oliveira reuniu um grupo denominado “GRATS” que desmembrou-se no grupo Balcão Nobre, de Fernando Lobato, “Quem Tem Boca Vai a Roma” de João Antônio Cajueiro e o grupo “TEMA” de Alcimar Bongosto. Atuando na cidade nas décadas de 80/90. Longo silêncio de fez com o quase desaparecimento com o prédio do teatro, até que surgiu em 2003 o grupo teatral “Nós na Rua”.
Hoje temos ainda o grupo ”Sonho, Amor e Fantasia” e o grupo da “Paixão de Cristo”.

Fernando Antonio Lobato

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