São João da Barra, que já existia como povoado desde 1620, teve em 1644 sua elevação a Freguesia, quando o Prelado D. Antonio de Marins Loureiro vindo à capelinha de São João Batista, elevou-a àquela dignidade.
Com a criação da nova Freguesia de São João da Praia, a pequena ermida passou a oficial e desde então foi assistida por inúmeros párocos.
Destes, alguns ministravam ensinamentos das primeira letras aos filhos dos maiorais da cidade, tanto que em 1766 ordenou-se sacerdote o sanjoanense Manoel Borges Senra, filho do capitão mor Felix Alves de Barcelos e em 1835 diplomou-se em direito o jovem João da Silva Cordeiro, filho do alferes Domingos Alves Barcelos ambos, assim como outros, educados por estes diligentes sacerdotes. Houve inclusive o padre Doutor Marques Durão, que tinha doutorado em cânones.
Mas se estes jovens, ditos maiorais, tiveram o privilegio de estudos com os sacerdotes, o fato é que somente em 1830 a Vila de São João pode contar com uma Escola publica, sendo o primeiro professor desta terra Francisco Antonio da
Silva empossado em 02 de outubro daquele ano, por provisão do Presidente da Província do Espírito Santo, da qual fazíamos parte.
Silva empossado em 02 de outubro daquele ano, por provisão do Presidente da Província do Espírito Santo, da qual fazíamos parte.
O nosso segundo professor, que já o era em 1848, foi Carlos Leopoldo Frederico da Costa e Almeida, que era também Promotor Público e Partidor, segundo Fernando Jose Martins, muito ilustrou o magistério. Também desta época vem a nomeação de nossa primeira mestra D. Carlota Joana da Transfiguração que esteve a frente da cátedra da Escola Feminina até o fim da década de 1860. Por aquele tempo a escola era dividida em Escola Publica Masculina e Escola Pública Feminina.
Após estes três primeiros mestres, outros vieram distinguir-nos com seus saberes como osprofessores Ivo Mendes Brocabo, João de Araujo Pimenta, Antonio Pinto de Souza, Antonio Jose da Costa, Inocêncio Teixeira Motta e D. Anna Gomes Travassos. Época em que a cidade contava com varias escolas, masculinas, femininas e mistas.
Em 1851, vale registrar, ocupava a principal Escola o Professor Joaquim Jácome de Oliveira Campos, pai da poetisa Narcisa Amália de Campos, nascida nesta cidade para onde seu pai foi nomeado professor.
Já em 1867 aparecem as primeiras escolas particulares, como o Colégio Nossa Senhora da Conceição, dirigido por D. Maria da Costa Brito Azevedo, mãe do Dr. Jose Batista Costa Azevedo e o Colégio São João Batista, dirigido pelo Padre Francisco Luiz Goytacaz.
Nas décadas de 1870 e 1880, consideradas o apogeu econômico cultural da cidade, contávamos com diversos professores estaduais e outros tantos municipais. Além das escolas da sede havia também unidades em Valetas, duas em S. Francisco de Paula,outras duas em São Sebastião do Itabapoana, outra na Limeira e uma no Ponto de Cassimbas. Em 1875 surge a primeira Escola noturna cujo professor foi Francisco Lopes Lourenço.
Também as irmãs Lobato ministravam aulas particulares no colégio Nossa Senhora da Penha dirigido por Maria Caetana e Ignacia Lobato de Vasconcelos.
No começo do século XX nossas escolas tinham a frente D. Carolina Paula Fraga Machado, D. Amélia Pinto Machado Ramos, D. Maria Clotildes Arrault, Jose Pinto de Oliveira, Julio Pereira de Miranda, D. Anna Rangel da Câmara, D. Celina dos Santos Vianna, Francisco Pereira da Silva Vianna, D. Aurora Rosa de Oliveira Pessanha, Jose Francisco Rosa Junior e o Capitão Jose Moreira e Souza, conhecido por Professor Moreira e famoso entre os de sua época. Meu avô Antenor Lobato estudava em seu colégio de meninos na rua do Sacramento.
Em 1922 , o governo do Estado do Rio de Janeiro adquire o palacete do Coronel Teixeira na rua dos Passos e após pequenas reformas e adaptações inaugura o Grupo Escolar Alberto Torres em 12 de dezembro de 1922. Por essa época a regência da turma masculina esteve sob a batuta de D. Edith Guimarães Pereira da Silva e os alunos eram, por ordem de matricula:
Rubens Lima
Gogyr de Souza Paes,
Genecy de Souza Paes,
Reynaldo Mello,
Rosalvo Mello,
Romilton Mello,
Antenor de Souza Lobato,
Joaquim de Souza Lobato,
Manoel Alves de Souza,
Oswaldo Alves de Souza,
Salvador Elias Beyruth,
Michel Elias Beyruth,
Carlos Pedro Maia da Penha,
Cássio Cruz Alves,
Celso Cruz Alves,
João Batista Rangel,
Rizio da Graça Raposo,
Dirceu da Graça Raposo,
João da Graça Teixeira,
Hermógenes da Silva Rangel,
Hermínio de Oliveira Costa,
Wan Dick da Costa Cruz,
Antonio Gaia,
Francisco Faria Neves,
Angenor Camillo de Almeida,
Luiz Patrício,
Franklin Alves,
Claudionor Vieira da Conceição,
Valdemiro Vieira da Conceição,
Joaquim Vieira da Conceição,
Kenyd Andrada da Silva,
André de Souza Azevedo,
João Gaia,
Arnaldo Cordeiro,
Resalla Amoy,
Olimpio Maciel,
Athanagildo de Souza,
Pedro Faria Neves,
Nisio Barcelos,
Henrique Pinto,
Sebastião Azeredo,
Theobaldo Costa,
Manoel Reynaldo Costa,
Oscar Siqueira Filho,
Jose Miranda de Santana,
Joaquim Miranda de Santana,
Narciso Miranda de Santana,
Edgar Diniz Trindade,
Ruy Martins Coutinho,
Manoel Martins,
Luiz Francisco Pereira,
Waldemar Ferreira,
Benedito Ferreira,
Admyr Alves Correa,
Pedro Gomes Barrozo,
Teciano Gama,
Tarcilio Leonardo da Gama,
João Manoel Alves,
João Patricio Delphim Pereira,
Sebastião Crespo e
Jose Ferreira.
Embora longa achei importante nominar os primeiros alunos do Grupo Escolar.
Já na década de1940 o Grupo teve como diretoras D. Anita Rios Costa em 43, D Otilia Gualda de Sá em 44 e D. Conceição Machado Cruz em 49 tendo neste ano as professoras Gladys Teixeira, Maria Aracy Moreira, Carmita Alves, Graciema Mello. Margarida Maria Izabel e Norméa Lobato.
Na década de 1960 foi construído o novo prédio do Grupo Escolar Alberto Torres, onde hoje se localiza o mesmo, e a direção esteve durante vários anos com a inesquecível D. Francy da Graça Fernandes, época em que ocupamos os bancos daquele educandário e de que somos saudosos das aulas de professoras como Alcea e Ariane Beyruth, Fariza Fernandes, Danuzia, Riza e Dircelia Raposo, Nissea e Nilse Lobato, Romalia Teixeira, Ely e Georgina Lobato.
Também desta época é a fundação do Colegio Cenecista São João Batista, que sob a inspiração do sempre pranteado professor Clovis de Miranda e Oliveira, elevou mais um degrau do ensino em nossa cidade. Não podemos deixar de mencionar a direção de D. Gladys Teixeira e Norméa Lobato na secretaria. Nomes que deixaram registros imortais em nossa história.
De lá para cá o ensino cresceu e multiplicou-se em nosso município que conta hoje com 08 escola estaduais e 33 municipais distribuídas pelos 6 distritos, além de outras tantas particulares. E surgem no momento as Escolas Tecnicas voltadas ao Porto do Açu.
Volvemos agora o olhar para a criação de uma Universidade em nosso solo para que no futuro os jovens possam galgar os mais altos degraus do saber e da cultura.
Fernando Antonio Lobato
Nenhum comentário:
Postar um comentário