quarta-feira, 2 de maio de 2012

A IMPRENSA SANJOANENSE


Sabemos que somente com a chegada da Família Real ao Brasil, nossa terra passou a contar com jornais- editados em Londres; e tipografias, prensas, etc.
Dessa forma temos o ano de 1808, como marco da Imprensa no País. Nossa cidade, num espaço de 40 anos passou a contar com este grande artifício das Luzes, do Saber e Conhecimento, enfim de Liberdade.
Para a confecção do presente relato nos servimos da obra “Imprensa Fluminense- Ensaios e Trajetos” dos professores Marcello e Cibelle de Ipanema, amigos queridos de minha avó. Naquela obra, às paginas 91, 92 e 93, trazem um oficio da Câmara de São João da Barra datado de 12 de maio de 1908, assinado pelo Presidente da Casa Dr. Arnaldo Tavares com o teor seguinte:
“Satisfazendo ao solicitado no oficio de V. Exª., datado de novembro do ano findo, e com relação a exposição comemorativa do 1° centenário da Imprensa no Brasil, tenho a satisfação de informar que apesar de ter empregado todos os esforços para apresentar uma completa coleção dos jornais publicados neste município, não me foi possível obter exemplares do – Hyparano – Arcádia – Epocha – Papagaio – Bate estaca – Regenerador – Typografo – Mocidade – Beija Flor – Beijo – Juvenil – Badalo –Biela – Periquito e Distrahido, todos que se editaram nesta cidade em épocas diferentes e bem assim, d’ O sertanejo, magnífico jornal que por muito tempo foi publicado no 2° distrito deste município, sob a redação do talentoso Sanjoanense Cantidiano Cardoso Pereira.
No entanto, com este envio a V. Exª.,os exemplares que me foi possível obter e que são os seguintes:
N° 1 – Paraybano, jornal comercial, agrícola, noticioso, artístico e cientifico, de propriedade e redação do talentoso Sanjoanense Francisco Jose Soares da Costa, cuja publicação foi iniciada em 1863 e desapareceu em 06 de agosto de 1870, devido ao falecimento de seu proprietário. Foi esse o primeiro jornal publicado neste município e publicava-se 2 vezes por semana.
N° 2 – Primeiro de Março, órgão político, noticioso e literário de publicação semanal, de propriedade e redação do provecto advogado e nosso conterrâneo, Luiz Gomes Moreira e Souza, que também foi redator do “Despertador” e do “Bate-estaca”. Iniciou sua publicação em 1869, que permaneceu ate 1887.
N° 3 – Despertador, periódico literário, noticioso e comercial, de publicação semanal de propriedade e redação do mesmo advogado Luiz Gomes Moreira e Souza, que embora já falecido, há muitos anos, seu nome é sempre citado pela população desta cidade.
N° 4 – O Popular, jornal noticioso e comercial de propriedade de Miguel Pereira da Silva Torres, que por muito tempo manteve a sua publicação.
N° 5 – O Artista, periódico noticioso, literário e recreativo, de publicação semanal, que teve como seu redator o Sr. Manuel Gama. A existência desse jornal foi longa.
N° 6 – Alvorada, Órgão Literário e recreativo, editado pelo inteligente Sanjoanense Cantidiano Cardoso Pereira, homem extremamente pobre, porém tão dedicado as letras, que construiu um prelo de madeira para poder dar publicidade ao jornal. Muito durou esse jornal, que se publicava duas vezes por semana.
N° 7 – O Progressista, jornal político literário e noticioso, de propriedade e redação de nosso conterrâneo Capitão João Felisberto de Souza. Iniciou sua publicação semanal em1879 e teve mais de 20 anos de existência.
N° 8 – O Lábaro, periódico noticioso, literário e comercial, que se publicou por muito tempo, 2 vezes por semana.
N° 9 – S. João da Barra, órgão político, agrícola, noticioso, literário e comercial, de propriedade e redação do nosso talentoso conterrâneo Capitão José Henriques da Silva, atual diretor-gerente, do Combatente. Iniciou a publicação, duas vezes por semana em 1880 e durou aproximadamente 20 a sua existência
N° 10 – O Zephyro, órgão semanal dedicado a literatura, propriedade do nosso mui digno conterrâneo Joaquim da Silva Lopes, que mais tarde foi proprietário, d’O Contemporâneo e d’A Palavra. Iniciou sua publicação em 1877, e foi por muito tempo, impresso na tipografia de S. João da Barra.
Nº 11 – A Primavera, periódico, literário e recreativo, de propriedade do S. Joanense Capitão João Felisberto de Souza, que mais tarde foi proprietário e redator, d’O Município e do Progressista. A sua publicação foi iniciada quinzenalmente em 1881, ignorando-se ao certo, quando desapareceu.
Nº 12 – A República, órgão político e noticioso, sob a redação de nosso conterrâneo Alferes Lucas Pinto de Miranda, que mais tarde foi proprietário e redator d’O Povo e do Pharol, iniciou sua publicação bi-semanal, em 1887 e teve mais 6 anos de existência.
N° 13 – A Verdade, órgão político, literário e noticioso, que teve como redator proprietário, o Capitão José Lobato Neves, nosso conterrâneo. Começou sendo publicado semanalmente, em 1895 e terminou em 1897.
N° 14 – O Povo, órgão semanal, político, literário e noticioso, de propriedade do S. Joanense Alferes Lucas Pinto de Miranda. Começou a ser publicado, em 1896 e teve cerca de 3 anos de existência,
N° 15 – O Contemporâneo, jornal político, noticioso e literário, de publicação semanal, propriedade e redação de nosso conterrâneo Joaquim Felisberto da Silva, começou a publicação em 1897 e terminou em 1898.
N° 16 – O Município, jornal extremado em política e noticioso de publicação semanal, propriedade e redação de nosso conterrâneo Capitão João Felisberto de Souza. Iniciou em 1897, e desapareceu em 1902.
N° 17 – Combatente, órgão político noticioso e literário, de publicação semanal. É seu redator chefe, o Dr. Arnaldo Tavares, Deputado Estadual e Presidente da Municipalidade e redator-gerente, o nosso conterrâneo Capitão José Henriques da Silva. Iniciou a publicação em 19 de dezembro de 1889, e é o melhor jornal que presentemente, se edita neste município.
N° 18 – O Pharol, órgão literário e devoto à causa pública, de propriedade e redação do nosso conterrâneo Alferes Lucas Pinto de Miranda. Começou a ser publicado semanalmente, em 26 de abril de 1903, e desapareceu em 1904.
N° 19 – A Palavra, apreciado periódico literário e recreativo, que se publicava semanalmente nesta cidade, sob a redação do S. Joanense Tenente João Batista dos Santos Moreira e Joaquim Felisberto da Silva. Começou a ser publicado a 23 de outubro de 1905 e desapareceu a 30 de dezembro de 1907.
E assim, Exmo. Sr., julgado ter satisfeito  ao solicitado na circular de novembro de 1907, tenho a honra de apresentar a V. Exa., os meus protestos de súbita estima e consideração.
Ao Exmo. Dr. Max Fleuiss
DD. Secretário Perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro

                                                                                  Arnaldo Tavares
                                                                       Presidente da Câmara


Por outro lado é ainda João Oscar quem nos relata sobre a Imprensa no século XX que segundo ele,esteve representada pelos jornais:
A Palavra – dos jornalistas João Moreira e Jose Felisberto.
Novidades – Do capitão Nelson Pereira. Surgido em 1909.
A Tesoura – Surgido em 04 de setembro de 1910, do jornalista João Luiz de Souza.
A Semana – De 07 de setembro de 1914, dos sanjoanenses Joaquim Silva de Oliveira e  J. Machado.
O Luctador – Fundado em 1918 por Jose Henriques da Silva.
A Tribuna – existiu entre  1926 e 1933, do conterrâneo Manoel José da Silva Braga e seu filho Dr. Antonio Braga.
A Evolução -  fundado em 11 de maio de 1924 do jornalista Jose Ângelo e do medico Dr. Fernando Pinheiro. Deixou de existir em1951, por pressões políticas.
O Libertador – de 21 de maio de 1950, órgão político do Dr. Affonso Celso Ribeiro de Castro.
Depois de um longo período de silencio, surge o
Caranguejo – órgão de imprensa da Casa de São João da Barra, no Rio de Janeiro.
O Sanjoanense. Da mesma instituição.
A  Voz de São João da Barra –  Em 27 de janeiro de 1974, de redação da jornalista formada D. Adméa Lobato e Antonio Nunes dos Santos.
A Folha Nova – Do mesmo grupo de intelectuais sanjoanenses.
A Tribuna Sanjoanense – de Paulo Noel Berto Filho
A Voz do Interior – do escritor Célio Aquino. Na década de 60.
O São João da Barra, do jornalista Carlos A.A. de Sá. Hoje sob responsabilidade de Thiago Henriques.
O Cotidiano - de Bruno Costa. Circula semanalmente. 

Fernando Antonio Lobato

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