Às margens do rio Paraíba do Sul, no centro de São João da Barra, estão as ruínas do trapiche, testemunha de uma época de glória e riqueza, proporcionada pela navegação fluvial, que fez da cidade no passado a porta de entrada para as novidades que chegavam da Europa para o Norte Fluminense.O trapiche, espaço destinado à guarda da carga a ser desembarcada e embarcada nos navios, funcionou de meados do século XIX até o século XX, na década de 30. O depósito armazenava açúcar em grande quantidade, que era transportada pelo mar em navios costeiros, com destino aos portos da Bahia e Paranaguá. O prédio, que foi um dos últimos trapiches a funcionar no antigo cais, pertenceu ao comerciante muito rico no passado, chamado de Manoel Dias Alecrim. Alecrim residia onde hoje funciona o barracão da Escola de Samba Congos. Com a morte de Alecrim, o depósito passou para os cuidados de Constancio Gomes, avô de Delço Araújo, que, posteriormente, vendeu para Josemir Lima.Na década de 80, a Prefeitura adquiriu o prédio com o objetivo de construir um museu ou espaço para exposições.O diretor de Cultura da Prefeitura, Fernando Antonio Lobato, conta que existe um projeto para escavação arqueológica na área, a fim de resgatar peças importantes que poderão ser encontradas no interior do prédio, em seu subsolo. O projeto prevê também a construção de uma estrutura para proteção desses objetos. “É um memorial da navegação que funcionou no antigo cais do Alecrim e existe um anseio popular para a proteção do espaço”, defende Fernando.
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