quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Para você, que a qualquer hora, tenta amenizar dores, através de suas anedotas e histórias felizes, um grande parabéns



       Parabéns Radialista, hoje, 21 de setembro, é seu dia. Hoje é a data que homenageia aqueles profissionais que são grandes formadores de opinião, na área de comunicação. E como qualquer outro, responsável pelo que passa.

       Celebra-se o dia daquele que usa sua voz sempre, com intuito de propagar uma mensagem, que seja valiosa ao entendimento de cada ouvinte; aquele profissional que traz tranquilidade aos velhinhos que acordam bem cedo, ao cantar do galo; que conta histórias de cultura regional e noticia fatos, que são importantes a formação de opinião de cada um.
       O radialista tem a vantagem de ser flexível, por se interagir mais claramente com a população. Em frente ao microfone, ele tem o poder de fazer as notícias se propagarem através das “ondas”. Uns radialistas deixam até transparecer a emoção através de uma gargalhada.
       Entretanto, como todo veículo de comunicação, o rádio vem sendo usado de forma contraditória a sua bela teoria. Alguns radialistas usam deste meio para manipular seu público; para que isso não aconteça, a arma é o conhecimento. As pessoas devem buscar conhecer tudo a sua volta; os acontecimentos, fatos, para que assim, não sejam tão facilmente manipuladas. O conhecer, ainda é poder.
       Querido radialista, que usa sua forte voz com intuito de reforçar o conceito de cidadania, de fazer acontecer a democracia; Para você, que a qualquer hora, tenta amenizar dores, através de suas anedotas e histórias felizes, um grande parabéns.

Reportagem: Marcelle Salerno
Redação: Marcelle Salerno

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ENCERRAMENTO DA PRIMEIRA FASE DO PROJETO RESGATE DA MEMÓRIA MUSICAL DE SÃO JOÃO DA BARRA

    Nesta segunda-feira, dia 12 de setembro de 2011, na sede do C. M. C. União dos Operários, foi encerrada oficialmente a primeira fase do Projeto Resgate da Memória Musical de São João da Barra.
    Durante os últimos doze meses foi realizado um grande trabalho de pesquisa musical, triagem, arranjos, recomposições, digitação, pesquisas bibliográficas, preparação de repertório em midi, MP3 e encore e enfim todo um processo de recuperação e digitalização do repertório antigo da Centenária Banda Musical União dos Operários.
    Foram recuperadas quarenta músicas que faziam parte do arquivo musical da banda. Obras que contam com até mais de cem anos de compostas e que contam a verdadeira história da Banda União dos Operários, da música de São João da Barra e porque não dizer, obras que resgatam a cultura do povo sanjoanense.
    Dentre os compositores que fazem parte deste seleto grupo de artistas que terão seus nomes eternizados através da música sanjoanense temos: Waldemiro Ferreira, Eloy Mota, Juca Chagas, Djalma do Carmo, João Ribeiro Cardoso, Ubaldo Sena, Otacílio Baêta, Ramos Baêta, Eugênio Bath e mais recentemente Elza Maria Cajueiro, Ijhonnys Machado e Joel de Sá Rosa. Quase todos foram em algum momento regentes da centenária Banda, portanto conclui-se que quase todas as composições foram ofertadas a referida banda.
    Foi um trabalho árduo e que consumiu inúmeras horas de pesquisa e recompletamentos para que ao final pudesse ser obtido um resultado o mais próximo da inspiração de seus compositores, observando-se que muitas vezes devido a ação do tempo e das condições impróprias como foram armazenadas estas partituras fez-se necessário aos oficineiros do projeto, ouvir antigos músicos como João França, José sena, Antônio Carlos Dias, Luis de Milva, Joel Rosa, Flavio Ferreira e outros, para que se pudesse concluir as novas partituras.
    Em alguns casos, quando as músicas eram muito antigas e desconhecidas de músicos atuais, foi necessário que o arranjador fizesse uma análise de todas as composições do mesmo autor para entender sua linha melódica e harmônica para que então pudesse recompletar os arranjos tentando ao máximo não fugir de suas ideias originais. Infelizmente nem todas as música puderam ser recuperadas completas, ou seja em todos os instrumentos que compõe a grade musical básica estabelecida para o projeto, mas nestes casos foi feito um trabalho de recuperação das partituras existentes.
    Trabalharam nesta primeira fase do projeto, sob a coordenação do maestro Joel de Sá Rosa, além da presidente Fernanda Amaral, os músicos Adjan Menezes, Vinícius Martins, Luciano Azevedo, Viviane Maia, Antônio Carlos Dias, Jhonata Amaral e Viviane Moreira. Colaboraram ainda nas pesquisas Fernando Lobato e Carlos Sá.
    Há de se ressaltar também que os próprios compositores e em alguns casos os seus herdeiros legais autorizaram por escrito ao C. M. C. União dos Operários a realizar este trabalho com estas obras musicais bem como a gravação de um CD.
    Foram meses de muito trabalho e dedicação, mas também de muitas recompensas, principalmente quando recebíamos as visitas de antigos músicos ou de familiares dos compositores que mostravam-se sempre maravilhados com o trabalho que encontravam se realizando.
    Encerrada esta primeira fase, iniciaremos logo em seguida a próxima  que será a dos ensaios, das apresentações e a gravação do primeiro CD da Centenária Banda Musical União dos Operários com obras exclusivamente de autores sanjoanenses para satisfação dos músicos e orgulho de toda a comunidade sanjoanense.
Matéria feita pelo Maestro Joel de Sá Rosa

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O carnaval


O carnaval, uma das mais populares festas do mundo, comemorado pela igreja como a época imediatamente anterior à quaresma é também considerado como tempo de folia que precede  a quarta feira de cinzas.
Em São João da Barra é tradição muito antiga, originariamente comemorado como em Portugal numa batalha de água suja e farinha de trigo, onde a principal diversão era atingir as pessoas que passassem pelas ruas do local, hábito muito combatido pelas autoridades coloniais por considerarem um atentado contra a ordem publica.
Com a chegada da Família Real ao Brasil, os costumes foram se europeizando e o costume do entrudo foi sendo substituído por desfiles de ranchos, cordões e blocos de personagens fantasiados e de mascaras, como no carnaval de Veneza, Nice, Paris. Dessa forma foram surgindo diversas agremiações carnavalescas através dos anos como foram : “Os Filhos de Averno”, “Príncipes de Averno”, “ Magnólias”, “Sempre Vivas”, “Marujos”, “Operários”, “Democratas” e por fim “Congos”, “Chinês”. 

Fernando Lobato
Historiador

Narcisa Amália

Poetisa sanjoanense, nascida na cidade fluminense de São João da Barra em 03 de abril de 1852, num casarão no largo do Moreira. Filha do professor Joaquim Jácome de Oliveira Campos Filho e Dona Narcisa Ignacia de Oliveira Campos, neta paterna do major Joaquim Jácome de Oliveira Campos e D.Rita Maria de Jesus e materna de Antonio Joaquim Garcia Pereira e D. Maria Celestina de Mendonça, estes portugueses da ilha de Faial, todos moradores da portuária cidade fluminense no século XIX.
Acompanhando os pais que se mudaram para Resende, a jovem Narcisa retirou-se de sua São João da Barra natal passando a viver na serra fluminense onde se casou duas vezes. A primeira ainda no encanto da juventude, com o artista mambembe João Batista da Silveira, que com sua alma aventureira não manteve o compromisso do casamento. O segundo casamento, já adulta, com o padeiro Francisco Cleto da Rocha também não foi bem sucedido fazendo o casal separar-se judicialmente anos mais tarde.
Se a vida conjugal da poetisa não foi das mais profícuas, o mesmo não podemos dizer de sua vida literária, marcada por glorias do Parnaso. Sua obra vigorosa, forte e marcante logo encantou a intelectualidade, que embora machista e preconceituosa, não lhe pode poupar os louvores. Seu livro de estréia, “Nebulosas” com poesias românticas bem ao gosto da época, foi ovacionado pela critica. Segundo o historiador João Oscar, conterrâneo e autor de minuciosa obra sobre a poetisa; o Imperador D.Pedro II em visita a Resende fez questão de conhecê-la e visitando-a sem a cerimônia do aviso prévio, encontrou-a em trajes domésticos na lida da padaria, o que ensejou o imperador anunciar-lhe que ali estava para lhe provar do pão do espírito. Na ocasião o imperador ainda lhe compôs um poema inédito.
Escreveu ainda, Narcisa Amália, poemas publicados em vários jornais da época e editou outros livros que citamos “Miragem”, uma lenda sob o título “Nelumbia” e o romance intitulado “O Romance da Mulher que Amou”. Trabalhou ainda no século XIX intensamente em favor da mulher, tendo publicado o livro “A Mulher do Século XIX” em 1892, livro que conclama as mulheres à luta por seus direitos inalienáveis, tendo ainda com sua poesia se integrado as causas abolicionistas e republicanas.
Narcisa Amália faleceu cega e paralítica na cidade do Rio de Janeiro em 24 de junho de 1924, vivendo de sua aposentadoria de professora primária.
A cidade de São João da Barra, seu torrão natal, passou a se auto designar “São João da Barra o berço de Narcisa Amália” por lhe reconhecer o título de filho mais ilustre.

HISTORIA CRONOLÓGICA


1852- Nasce a poetisa Narcisa Amália em 03 de abril, filha dos professores, D. Narcisa Inacia e Joaquim Jácome de Campos.
1858- Já lia corretamente tendo aprendido as primeiras letras no próprio lar.
1860- Começa seus estudos de música.
1862- Estuda latim e francês com o padre mestre Joaquim Francisco da Cruz Paula.
1863- Transfere-se com a família para Resende.
1866- Casa-se com João Batista da Silveira. Artista ambulante de alma livre que a abandona alguns anos depois.
1870- Publica sua primeira poesia, no jornal sanjoanense O Paraybano de São João da Barra, intitulada “A Lua”.
1872- Publica seu primeiro livro de poesias intitulado “Nebulosas”
1873- Recebe como homenagem dos seus conterrâneos uma Lira de ouro encimada por uma coroa de louros.
1874- Publica o livro “Nelumbia” de contos. Prefacia o livro de Ezequiel Freire.
1880- Casa-se à segunda vez com o comerciante de padarias Francisco Cleto da Rocha.
1884- Funda o jornal quinzenal “Gazetinha” de conteúdo feminista.
1924- Morre Narcisa Amália na cidade do Rio de Janeiro.

Fernando Lobato
Historiador

Grande nomes na historia da Cidade


CARLOS MARTINS- Jose Carlos Martins de Almeida, sanjoanense, filho do coronel, estudou desenho e pintura com vários mestres, dedicando-se durante algum tempo ao desenho e aquarela. Detentor de diversos prêmios nacionais e internacionais de pintura. Participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Falecido em 2001. Na década de 80, quando incentivava de diversas formas os jovens artistas da cidade, deu inicio a varias campanhas pela restauração do antigo Grupo Escolar, conseguindo inclusive no governo Brizola, uma verba para a restauração do mesmo.

CORONEL TEIXEIRA- Manoel Jose Nunes Teixeira, português radicado em nossa cidade, aqui se casou duas vezes, a segunda com D Marianna Teixeira, para quem construiu o casarão na década de 1870, vereador e Presidente da Câmara Municipal por diversas vezes, mandou construir o matadouro, a estrada de Grussai, adquiriu o prédio onde instalou a Prefeitura. Um dos principais acionistas da Companhia de Navegação São João da Barra e Campos. Falecido em 1904.

HISTORIADOR FERNANDO JOSE MARTINS. Nascido em São João da Barra no inicio do século XIX, de tradicional família sanjoanense. Descendente do patriarca João Velho Pinto, traçou a genealogia dos fundadores da cidade e escreveu um importante livro sobre a fundação e povoamento da Capitania da Paraíba do Sul e das vilas de Campos e São João da Barra. Foi o precursor de todos que estudaram o norte fluminense. Pai do Dr. Silva Coutinho, um dos grandes Vultos da Historia do Brasil. Era advogado, major da guarda nacional, vereador por diversas legislaturas. Foi dos maiores de nossa historia.

JOÃO BRIGIDO DOS SANTOS – Nascido em S.João da Barra em 03 de dezembro de 1829, faleceu no Ceará em 14 de outubro de 1921. Advogado militante, professor de latim, fundador e diretor de diversos jornais na capital cearense. Professor de Gramática no Liceu de Fortaleza. Com o jornal “Unitário” foi considerado o maior jornalista do norte do Brasil. Foi Deputado Provincial, Deputado Geral e Senador pelo Ceará. Membro do Instituto Histórico, Geográfico e Etnológico Brasileiro, do Instituto Arqueológico de Pernambuco, patrono da cadeira nº 14 da Academia Cearense de Letras. Autor de diversos livros e obras.

CECILIO SANTOS LAVRA, nasceu em S.João da Barra em 25 de outubro de 1859, aprendeu as primeiras letras com o padre João Francisco da Cruz Paula. Muito jovem trabalhou como tipógrafo no “Monitor Campista” tendo travado amizade com o talentoso Raymundo Correa, então Promotor em nossa cidade, o maior luminar do Parnasianismo Brasileiro. Poeta de grande talento faleceu tuberculoso em Campos em 1887. Escreveu dentre outros o livro “Angiolina” e “Pena de Dois Bicos” em parceria com outro sanjoanense famoso Pinto Neves.
  
MANOEL GOMES MOREIRA, nascido em S.João da Barra em 05 de março de 1852, filho de Anna Gomes de Souza Vianna e Luiz Gomes Moreira e Souza, de tradicionais famílias sanjoanenses. Casou-se com Anna Rosa de Souza Lyrio com quem teve diversos filhos. Tenente da Guarda Nacional foi fundador e editor do jornal sanjoanense “O Despertador” surgido em 24 de março de 1872. Foi editor dos jornais “O Progressista” e “Primeiro de Março”. Mudando-se para Niterói contribuiu para a imprensa daquela cidade atuando ao lado de Alberto Torres.
  
JOSÉ HENRIQUES DA SILVA, português de nascimento, mas sanjoanense de coração, Zériques, foi dos maiores batalhadores pelo progresso do povo de nossa terra. Capitão da Guarda Nacional casou-se em S.João da Barra com América Brasília de Miranda e tiveram 11 filhos. Fundou em 1880 o jornal “São João da Barra”, fazendo desse, trincheira para a defesa de nossa cidade e sua gente. Grande poeta escreveu dentre outros o poema-canção “Perdão Emilia”, grande incentivador do teatro local, foi fundador do clube Democrata e de sua Lyra.

RUY ALVES nasceu em São João da Barra, filho do Coronel Amando Alves da Silva e de D.Virgilina Amaral, formado em advocacia foi grande amante das artes e das letras tendo composto um livro de poesias e crônicas intitulado “Lá onde o Sol nasce” sobre a praia de Atafona. Colaborando na imprensa campista e local escreveu diversos artigos sobre nossa historia e curiosidades de nossa gente. Como seu irmão Newton Alves foi dos maiores intelectuais de nossa terra.

UBALDO SENA, nascido em São João da Barra, filho de Chilperico Sena, foi trabalhador da industria de Bebidas J.T.Aquino Filho, membro atuante da irmandade de São Benedito, casado com Nenzinha Sena tiveram 11 filhos. Um dos baluartes do clube União dos Operários, foi musico desde a infância até pouco antes de seu falecimento. Patriarca de preclara família esteve ao lado de Amedio Venâncio e Valdemiro Ferreira na condução daquela banda centenária.

ECYLA DINIZ, nascida em São João da Barra no inicio do século XX, filha de Vigilina e Coronel Amando Alves, casada com Wilson Diniz e conhecida pelas diversas obras sociais que implantou em nossa cidade, da qual destacamos o Asilo São João Batista e o Lar Amando Alves (hoje Educandário Santa Cecília). Uma das mulheres mais elegantes de nossa sociedade, Ecyla cresceu mimada pelos pais que construíram para ela um jardim de rosas raras no chalé da rua dos Passos, prendada e culta como as moças da elite local, cursou a Academia de Belas Artes no Rio de Janeiro onde foi diversas vezes premiada pela sua pintura acadêmica. Depois de casada residiu por muitos anos em Cabo Frio retornando a S.João da Barra onde se dedicou a filantropia.  Em seus últimos anos retomou a pintura deixando diversas obras de umas fases alegres, coloridas em oposição a sua fase acadêmica.
  
JOÃO ROCHA, um dos maiores artistas fotográficos de nossa terra. Herdeiro de seu tio Alberto de Campos Rocha, também fotografo, Joãozinho iniciou-se cedo na fotografia e por muitas décadas foi o fotografo oficial da cidade, sendo figura chave em batizados, casamentos, aniversários e até velórios. João Rocha por mais de meio século foi o testemunho iconográfico da sociedade sanjoanense, dos seus hábitos e de sua cultura.
  
MILVA BESSA – D.Milva foi zeladora da igreja de São Pedro por muitos anos, casada com Irani Machado deu a luz muitos filhos e deixou numerosa prole da qual surgiram vários artistas. Moradora do bairro do Coqueiro reunia em torno de sua casa um grupo de jovens amigos de seus filhos e netos, para diversas atividades culturais das quais destacavam-se bandos, quadrilhas, teatros, casamentos na roça, quermesses e a famosa festa de Santo Antonio de D. Milva, tradição de muitos anos animando os friorentos meses de junho, numa época em que as festas juninas eram os maiores eventos culturais. Guardiã de ancestrais tradições culturais formava com D. Ucha Moreira as baluartes da cultura popular.
  
JOÃO OSCAR DO AMARAL PINTO, nascido em São João da Barra, filho de Nilza e Manoel de Souza Pinto formado em Direito, era membro de diversas academias de literatura em Campos e Teresópolis, um dos mais destacados intelectuais de nossa cidade, escreveu diversos livros dos quais destacamos o importante “Apontamentos para a Historia de São João da Barra”, referencia para todos os historiadores que desejam debruçar-se sobre a historia da região. Biografo de Narcisa Amália, conhecedor profundo da historia da Inconfidência Mineira. Foi secretario de Educação e Cultura. Presença ainda viva na memória dos Sanjoanenses dispensa maiores informações.

DORIS CUNHA, de tradicional família sanjoanense, filha de Aventina e Célio Cunha, iniciou-se cedo na dança freqüentando desde menina diversas academias em Campos onde se destacou sempre pela dedicação com que se entregava a dança clássica. Depois de formada e em atenção ao anseio de diversas jovens sanjoanenses montou com seus pais a academia “Lê Printemps” precursora da dança clássica em nossa cidade. Mestra de Carina Meireles, Aline Miranda, Helen Bongosto, Helen Cardoso, dentre outras foi pioneira nesta dança hoje tão propagada entre as jovens da cidade e que agora se inaugura gratuita para crianças de todas as classes.

BRAGA NETO- artista sanjoanense, autodidata. Sua pintura primitiva, também chamada naiff, infelizmente não sobreviveu para a posteridade, no entanto seus contemporâneos ainda guardam na memória suas telas repletas de barquinhos embandeirados nas festas de São João, suas quadrilhas, fogueiras, enfim seus diversos motivos folclóricos de um colorido invulgar.

CORIOLANO HENRIQUES- filho de Jose Henriques da Silva nasceu em SJBarra em 07 de dezembro de 1893. Foi dos mais completos artistas sanjoanenses, carnavalesco, cenógrafo e figurinista de teatro, autor teatral, pintor, ator, compositor e poeta. Sua arte sempre carregada de expressão e paixão encantava ao povo sanjoanense e aos que tinham o privilegio de conhecer Cori em seus diversos ofícios culturais. Coriolano era autodidata e deixou além de vastíssima obra vários seguidores de seu oficio de artista múltiplo e extraordinário.

 JOAQUIM DA CAMARA PAVÃO- completa a tríade artística sanjoanense. Nascido em S.J. Barra em 12 de agosto de 1864 e falecido em 1926, foi funcionário publico responsável pelo cemitério da cidade. Tinha ainda uma empresa funerária, numa época em que os velórios eram verdadeiras festas de despedida com,  decoração nas casas e carroça para o féretro com cavalos emplumados. Também artista completo, Pai Dedé, como era chamado era pintor, carnavalesco, responsável por desfiles de carroças com gigantescas alegorias. Fundador do Grêmio Teatral Filhos do Progresso que em 1906 inaugurou o teatro São João com a peça “O Emigrado”. Fundador do Clube Democrata cuidava de todas as festas e eventos da cidade em fins do século XIX.

Fernando Lobato
Historiador 

A trajetória do bordado em São João da Barra

Os longos anos de dominação árabe na península ibérica deixaram profundo legado cultural para os portugueses e espanhóis depois de efetivada a expulsão dos mouros “infiéis”. Hábitos cotidianos, vocábulos e expressões habilidades culinárias e artísticas impregnaram a alma daqueles povos traduzindo-se em peculiar cultura no coração da Europa.
Com a descoberta do novo mundo esses hábitos e costumes foram transplantados para a América onde absorvidos pelo povo formaram a cultura do período colonial americano.
Dos hábitos cotidianos podemos destacar principalmente a forma como a mulher era vista na sociedade e o papel que desempenhava. Na tradição islâmica é vedada à mulher a exposição pública e só em casos muito especiais é permitida a mulher à circulação pelas ruas e praças das cidades.
Completamente enclausurada como nos haréns das histórias das “Mil e uma noites” as mulheres nos raros momentos em que lhe era permitido circular pelas ruas, o fazia completamente coberta por roupas, xales e mantilhas que lhes cobriam todo o corpo. Na América este habito foi copiado e embora o calor dos trópicos tornasse o costume insuportável, ainda assim, perdurou por longo tempo esta discriminação contra a mulher.
Numa sociedade eminentemente machista, cabia a mulher a papel de mãe, senhora do lar, amante amantíssima e subserviente ao Pai em primeiro lugar, depois aos maridos e ou aos irmãos e finalmente aos filhos quando viúvas.
No lar as atividades domésticas cabiam as mulheres que delas desincumbiam-se durante todo o dia quer executando as tarefas ou administrando a escravaria nas casas abastadas. A rica e elaborada culinária colonial, soma de tradições ibéricas, africanas e autóctones legou as mesas brasileiras uma variedade de aromas, temperos e sabores. E nesta arte as mulheres consumiam grande parte de seu tempo, mas como no ditado popular “o ócio e oficina do diabo” e como não era permitido ensinar escrita e leitura para as mulheres, só lhes restava a arte através de bordados, costuras e pinturas nutrindo dessa forma um outro habito essencialmente da alma feminina, a vaidade, através dos trajes e dos enxovais de cama e mesa, verdadeiras obras primas executadas por habilíssimas e delicadas mãos.
Dessa forma o tempo das senhorinhas, das esposas e avós era preenchido com longos e complicados bordados que enfeitavam não apenas vestidos domésticos e de festas, de sair e de dormir, mas também decoravam com capricho e apuro, lençóis e fronhas, toalhas de mesa, de mãos e de rosto, guardanapos de linho e lenços de seda, cada um demonstrando o capricho e habilidades das proprietárias.
As meninas ainda pequenas começavam a treinar a arte em costuras para pequeninas roupas de bonecas, a imitação dos trajes adultos; com o passar do tempo eram introduzidas no metiê e de posse de agulhas e bastidores passavam a executar os bordados que mais tarde enfeitavam seus enxovais. As moças casavam muito cedo e levavam para o casamento um rico enxoval que denotavam suas posses. Lençóis e toalhas dos mais ricos tecidos eram executados e enfeitados com bordados nas extremidades, nas bordas e viras. Cabendo as meninas moças a execução de tão hábil trabalho.
Terminados os enxovais, ou durante a sua confecção, a guisa de entretenimento eram executados com o mesmo apuro os trajes doados por devoção ou promessa para as imagens religiosas que adornavam as antigas igrejas barrocas das cidades.
Confeccionar as roupas e depois levá-las para adornar as imagens era uma forma não só das meninas passarem o tempo, como também uma maneira que encontravam de poderem sair de casa em ocasiões especiais plenamente justificadas, visto tratar-se de atividades de cunho religioso, muito em voga e plenamente aceitável naqueles tempos. Eram estas saídas para trocar com freqüência as vestes dos santos, ocasião para fortuitos encontros amorosos. Dessa forma foram-nos legadas verdadeiras preciosidades, não só das roupas domésticas, mas principalmente dos vestuários sacro, que depois se expandiram para os trajes sacerdotais e para as vestimentas dos personagens das procissões e festividades como o “Divino Espírito Santo”,”pastorinhas” até o carnaval, etc.
Das grandes bordadeiras do passado recente destacamos :

Nicota Pavão
Nair Simões
Umbelina Graça Franco
Mariquinha Salva
Ecyla Diniz
Reclina Amaral
Zizi Henriques
Malvina Borges
Luiza Machado
Efigênia Pinto
Lenir Azevedo
Maria Luiza Fernandes
Ligia Bongosto
Izabel Almeida
Maria Antonia Almeida
Maria da Penha dos Santos
Tereza Peixoto
Lorice Bongosto
Marinez Azevedo
Ana Amélia Ernesto
Thereza Franco
Maria Valdinéia Toledo

Fernando Lobato
Historiador

A Cosmopolita São João da Barra

A cidade comemorou neste ano de 2011, 161 anos sendo outros 335 de instituição Político-Administrativa, desde a criação da vila em 1676, quando se tornou um dos mais antigos centros políticos coloniais do país,
Nascida com vocação fluvial, a cidade tinha sua economia voltada para a pesca em seus primórdios, mas esta foi substituída pela navegação e transporte voltada para toda economia fluminense durante os séculos XVIII e XIX.  Dessa forma, se amalgamou a cultura da cidade, em virtude do importante porto fluvial aliando a característica interiorana aos movimentos migratórios que se sucederam durante o período portuário, com sua força arrastando os mais diversos caracteres culturais trazidos por essas diversas correntes migratórias.
A planície fluminense, antes dos europeus, foi solo de etnias autóctones as mais diversas, como os saruçus, os puris e os goytacazes que disputaram o fértil solo desde a mais longínqua antiguidade. Com a chegada dos europeus, estes passaram a disputar o espaço com os silvícolas, que batidos em armas, cederam o espaço aos novos donos. Assim, os europeus passaram a disputar a rica planície e a partir do século XVI, portugueses, holandeses, ingleses e franceses se revezaram no domínio do território, impondo seus diferentes caracteres culturais. Dessa forma foi se formando o litoral com náufragos holandeses, degredados portugueses e espanhóis, piratas franceses e ingleses.
Mais tarde, com o advento do porto no século XVIII chegam as levas de portugueses entrecortadas de alguns outros imigrantes de outras nacionalidades européias.
Com isso, podemos perceber que a cultura local começa a mesclar diferentes formas de viver, de savoir-faire; são elementos que chegam na forma de folclore, tradições, folguedos, lendas, cantigas, culinária, enfim um caldeirão de diversidade cultural.
Assim, a gente do local foi aprendendo a conviver com a diversidade fazendo desta a sua característica principal, ou seja, a sua capacidade camaleônica de modificar-se para sobreviver ao novo que se impõe, elemento fundamental para a sobrevivência.
 Olhando para essa história, queremos resgatar em nossos genes essa capacidade de nos modificar para manter as características que não desejamos mudar e que são imprescindíveis para a permanência de nosso status quo.
A Secretaria de Educação pretende resgatar em nossa gente a capacidade cosmopolita de nos adaptarmos ao novo para, em fazendo parte dele, continuarmos a ser o que somos e ainda cada vez melhores.
                 Desejamos capacitar nossa gente para o convívio com as mais diversas formas de viver cultural nesta nova fase portuária.
Fernando Lobato
Historiador

A cíclica história do PORTO SANJOANENSE

Nossa historia está, desde o seu nascedouro, ligada por caminhos de água. Nossos primeiros habitantes, os goitacazes, beneficiavam-se da região de pântanos e manguezais para desenvolverem uma comunidade lacustre vivendo do sustento retirado das águas.
Bem mais tarde, por mar, desembarcou em nossa costa o donatário Pero de Góis com a incumbência oficial portuguesa de colonizar as fozes dos importantes rios que banham a região. Não augurou sucesso.
Em 1622 um grupo de pescadores oriundos de Cabo-Frio aportou na foz do Paraíba com suas canoas, depois de percorrer toda a costa de lá até cá iniciando uma povoação que redundou na fundação de São João da Barra, em historia já bastante conhecida.
Em todas as situações, como vimos, a água, enquanto via, sempre foi uma constante.
Chegou-se ao século XVIII e com ele a região transformou-se em importante pólo açucareiro, notabilizando-se como sustentáculo da economia nacional, quadro que percorreu também o século XIX.
Com a modificação da economia, novamente São João da Barra utilizou-se da água para o transporte dessa riqueza enviando-a para a Europa de onde trazíam outras riquezas para o desenvolvimento do norte fluminense.
Foram anos de progresso e desenvolvimento relacionado a esta via fluvial ligando a região ao resto do mundo, através de um movimentado porto.
Para se aquilatar a importância desse porto basta notar que se falavam ao mesmo tempo diversos idiomas, foram instalados consulados e delegações estrangeiras, surgiram estabelecimentos dos mais sofisticados e modernos produtos, como marco da diversidade de gêneros e pessoas que dele dependiam. Foram anos auspiciosos que, pouco a pouco, se extinguiram, levando a cidade ao declínio e decadência.
Mas a historia, já diziam os antigos, é cíclica e estamos fadados à repetição de nossos passos num incessante “moto perpetuo” de forma que, hoje inaugura-se mais uma fase desse contato permanente com a água, fazendo dela o caminho das esperanças e dos anseios da gente da cidade.
São João da Barra vive na atualidade, as expectativas que seus antepassados viveram outrora. O complexo portuário do Açu, concebido inicialmente para escoar a produção mineral do complexo EBX, mas que traz em seu bojo um conjunto de empresas, coloca a cidade novamente como porta de saída e entrada de muitos empreendimento e negócios. Retorna-se ao período de economia portuária, não mais com um porto fluvial de cabotagem, mas um superporto marítimo que colocará a cidade em contato com o distante oriente para onde se estará, qual Marco Pólo das historias fantásticas, enviando e recebendo lucrativos e importantes negócios.
Ave Netuno, que suas águas sejam sempre auspiciosas e que sua proteção possa nos conceder um porto tranqüilo onde a esperança seja a porta de entrada. A historia da cidade agradece. 


Fernando Lobato
Historiador

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Fotos raras

Algumas fotos raras do acervo do Professor Fernando Antônio, vocês conseguem descobrir quem são?

Nesta foto um desfile realizado no Clube Democrata

 Banda União dos Operários em Barra de Itabapoana no ano de 1961.

Uma reunião da câmara. 

Um sarau intitulado "Ou Isto ou aquilo" com poesias de Cecília Meireles. 

Eleição da rainha do Clube União dos Operários na década de 50.  

Carta chorographica da província do rio de Janeiro, encarregada aos engenheiros Pedro d'Alcântara Bellegarde e Conrado Jacob de Niemayer em 1858-1861